"E quando eu estiver triste, simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco, subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo, suavemente se encaixe"
(S. Rosa e N. Reis)
Admirável encanto com que ela olhava toda a angústia que lhe tomava. Naturalmente solitária e triste, mas tão feliz assim. De longe eu a via identificar-se mais e mais com que eram tão seus. Magicamente pareciam estar refletido num espelho que não era o seu. Ele, um gigante perto dela. E cresceu tanto mais com a percepção dela. Proporcionalmente, ele tinha mãos de um comprido imensurável, segurava-a, só com estas. À sua volta, qualquer coisa ou ser seria pequeno. Ela, sensível e cristalina, parecia calar-se diante de seu tamanho. Mas seus olhos podiam ver o que se ocultava naquela grandeza e perfeição inexata. E o escuro não mais existiu, ela acendeu as luzes... para ela mesma vê-lo. Guardou a imagem para si. Uma ilustre pintura. Uma foto tirada pelas suas retinas. O coração alcançou-o. Quis poder tocá-lo, mas não poderia....
Então percebeu que era intocável também. Ele estava refletido no espelho dela. Cantarolando ainda, sorriu e vestiu-se para dormir. Ao som da mesma música cantarolada, suspirou e sussurou: "boa noite".
Muito de perto, assisti e aplaudi desesperadamente para ela ouvir e ater-se a majestade de sua atitude. Alheia, em sua superioridade, nem se abalou...
1 comentários:
O toque... que vivifica!
Beijo.
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